domingo, 27 de noviembre de 2011
Guirlanda em Crochê
martes, 8 de noviembre de 2011
Matéria publicada na Folha de SP em 07/11/2011
Só aumentar salários dos profissionais não é solução
ILONA BECSKEHáZY Não podemos negar a importância social e a influência política dos professores da educação básica nas sociedades modernas. No Brasil, entretanto, devido ao baixíssimo valor dado à educação, a classe profissional do magistério tem base no proletariado. A maior parte dos profissionais vem de famílias com baixo nível educacional, são os piores alunos do ensino médio e recebem formação pífia. A consequência disso é a nossa permanência no clube de lanterninhas do Pisa. Como estamos no início de enorme transformação populacional, haverá cada vez mais pressão para educar com equidade e excelência. Como fazer isso com professores que já temos? Como transformá-los em profissionais de alto padrão, com status próximos aos de médicos e de engenheiros? Simplesmente aumentar seus salários não é a solução. Um pacote de medidas centradas no interesse do aluno e da sociedade, que percebe o professor como profissional sério e que inclui abordagem de remuneração, talvez. Ao longo das últimas décadas a profissão docente foi se transformando em colcha de retalhos de concessões que permitem, por exemplo, excesso de faltas e de autonomia pedagógica dos próprios professores. Algumas mudanças estruturais podem contribuir para a valorização do magistério. Em primeiro lugar, as equipes de professores devem ser alocadas por escola e em período docente integral (mesmo que em atividades complementares). O preparo desses profissionais para a sala de aula deve se tornar uma obsessão, com uso maciço de materiais didáticos de alta qualidade que dê conta de um currículo nacional espelhado no dos países desenvolvidos. Para completar, os professores devem voltar a ser modelo de comportamento para seus pupilos -um rígido código de ética urge. Ooops! Muito complicado. Mais fácil convivermos com greves para pedir aumento de salário pura e simplesmente.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0711201113.htm
Fonte: Folha de S. Paulo
NOSSA RESPOSTA:
Boa tarde a todos. Resposta dos Professores da Escola Estadual Professor José Leme do Prado, sobre Analise feita por Ilona Becskeházy, publicada no Jornal Folha de São Paulo, no dia 07/11/2011.
Sim, realmente “não podemos negar a importância social e política”, que nós professores da educação básica temos. Mas muitas pessoas que talvez venham de uma “elite que discrimina o crescer do proletariado é que poderiam escrever tal analise das circunstâncias em que o professor brasileiro e que antecede a sua magistratura. Não queremos ter status de engenheiro ou de médico, queremos ser respeitados pelo que realmente somos, PROFESSORES profissão da qual nos orgulhamos e lutamos (muitas vezes em vão), por políticas que realmente nos eleve a um “status” de EDUCADORES, que realmente somos. Como será que somos? Somos Educadores que lutam, estudam, pesquisam, melhoram suas estruturas psíquicas para enfrentar políticas que não nos asseguram direitos básicos. Em que local se estabeleceu que por proletariado não se é capaz de desenvolver as múltiplas habilidades e competências dentro do sistema social? Será que o simples fato de pertencer às classes sociais elitizadas dá a eles todos os conhecimentos e as habilidades necessários para bem desenvolver suas potencialidades? O conhecimento é adquirido por herança genética? Ou são adquirido por esforços pessoais em seus estudos, graduações, pós-graduações, e outras formações que inúmeros profissionais do proletariado possuem? Sim, sabemos que há entre nós, profissionais da educação e professores com formação duvidosa, que nem sempre executam bem suas funções,assim como há também entre médicos, engenheiros, advogados e em todas as profissões este mesmo tipo de profissional, no entanto, não se lê por ai, diretores de qualidade, ou órgãos superiores destes profissionais denegrindo a imagem “GERAL” destes? Por que será que isso só acontece na educação? A educação não precisa de críticas, precisamos sim de formadores de opiniões, como vocês para sim criticar esses políticos que desviam verbas destinadas à educação e focar mais na qualidade da educação, precisamos de salários melhores para podermos assistir bons filmes, boas peças teatrais, ler bons livros, viajar e repassar esses conhecimentos para os nossos alunos e de políticas que elevem-na ao patamar que é necessário, onde se perceba que os grandes graduados também passaram pelos bancos escolares, seja ele público ou de iniciativa privada. Por que desvalorizar tanto a educação, se ninguém faz nada por ela?
O que realmente as pessoas que criticam querem? Qual é a contribuição efetiva dessas pessoas para modificar o cenário da educação nacional que privilegia o rico e massacra o pobre? É preciso entender os motivos de tanta generalização, uma vez que, não há uniformidade em nenhuma profissão.
É triste saber que as pessoas que deveriam lutar para melhorar o cenário que se apresenta no país, façam com que nós que lutamos dia-a-dia por um ensino digno e de qualidade sejamos reduzidos a “proletariado de pouca formação e informação”. Até quando seremos vistos como seres inferiores, mesmo com toda a formação e informação que realmente possuímos?Onde esta distinta senhorita retirou estes dados estatísticos para poder afirmar que mais da metade dos professores tiveram educação pífia?